terça-feira, outubro 24, 2006

Localização
O Lugar da Misericórdia situa-se a 2250 metros a nordeste da Moita dos Ferreiros – Lourinhã. Neste Lugar predomina a natureza com um grande valor paisagístico, histórico e ambiental.
Neste local de culto podemos encontrar o Santuário da Nossa senhora da Misericórdia que podemos encontrar em seu arredor, a casa do Ermitão, a casa dos círios, o recinto de festas, a esplanada, a Fonte do rastinho, um grande potencial de recursos hídricos e uma agradável zona de arvoredo onde existem alguns sobreiros centenários.


Lenda

Contam os populares, que em 1182, (ano da formação de Portugal)

“Um pastor de nome Nicolau Botas, protegia uma figura de grande devoção de Nossa Senhora, devido aos Mouros que por ali andavam, escondeu perto das nascentes, algures a referida imagem, mas perde-lhe a localização. Desesperado perante o perigo de revolta popular que o julga ladrão, ajoelha-se e fervorosamente pede a Nossa Senhora que: «..por misericórdia…» lhe revele o local onde ele escondeu a dita imagem de devoção. Sobre um resplendor de luz, junto aos sobreiros que ladeiam as nascentes de água do local, Nossa Senhora indica-lhe o local exacto salvando-lhe assim a vida. Na pedra ficaram gravadas as marcas da sua presença.”
De facto é que no local onde se encontra as peugadas, a crença popular leva a que as pessoas retirem água das nascentes, passem sobre a pedra com os dois “pezinhos” e depois a esfreguem na parte do corpo que se encontra doente. Certo, é que existem testemunhas que provam que a parte do corpo doente foi melhorada rapidamente.
Capela da Nossa Senhora da Misericordia

A Ermida de Nossa Senhora da Misericórdia, sofreu em 1555 um grande restauro, por isso podemos confirmar que antes do período deste restauro já existia uma capela onde desse edifício original, apenas tem como vestígio a pia de água benta, e o tecto do altar-mor.
A Capela quinhentista, trata-se de uma construção de traça arquitectónica popular da segunda metade do séc. XVI (reinado de D. Sebastião), constituída também uma casa de ermitão que se situa no lado sul e composta por dois pisos, tendo o superior acesso por uma larga escadaria de pedra.
A capela possui grande alpendre sobre a porta principal, ocupando quase toda a fachada, em alvenaria, abrindo-se para o exterior por três arcos, modernamente revestidos de cantaria, sendo o frontal de maiores dimensões.
O templo, de uma só nave, sofreu ao longo dos tempos alguns restauros.As paredes interiores são revestidas a azulejos pombalinos que vão do sec.XVII ao sec.XIX .
A capela-mor tem arco renascentista, com retábulo em talha dourada do sec.XVIII. (Reinado de D. Maria) Sobressai o trono, encimado por maquineta em talha, onde se encontra a imagem da padroeira. Podemos também dizer que o seu interior possui varias peças da arte barroca.
“Rastinho”
Este local onde a população chama de “Rastinho” é devido a existir nascentes e onde, contem um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Misericórdia, em azulejos brancos e azuis, que tem na base uma lápide onde está gravada a planta dos seus dois pés da Nossa Senhora da Misericórdia que se diz que apareceu em 1182 ao pastor Nicolau Botas (segundo a lenda). Os crentes lançavam a água da fonte sobre os pés de Nossa Senhora e com ela esfreguem na parte do corpo que se encontra doente. Esta devoção mantém-se até hoje e a povoação dedica-lhe grande veneração.Este local com o nome de “Rastinho”, sofreu um grande restauro em 1963, que lhe alterou substancialmente a forma, pois, a estrutura que tinha antigamente era de um espaço interior pequeno e apresentava-se apenas com uma bica de pedra e ao lado a pedra com os dois “pezinhos” da Nossa Senhora e por fim existia 3 degraus para a entrada deste local. Em 1986 ouve uma nova campanha de restauro que lhe acrescentou a cobertura e as escadarias de acesso.
Varios tipos de Florestação

As florestas de carvalhos caducifólios e marcescentes que outrora ocupavam grande parte da superfície de Portugal Continental, encontram-se agora reduzidas a pequenas manchas dispersas. A pressão humana ao longo dos últimos séculos contribuiu para o alterar significativo da paisagem, modelando-a e alterando os habitats. O Sítio da Misericórdia surge assim como um pequeno refúgio para a fauna a salvo da intervenção do Homem. Aqui podemos encontrar alguma da vegetação autóctone típica da Região Oeste de Portugal, nomeadamente espécies como os Sobreiros em que podemos encontrar alguns com mais de 500 anos, o Carvalho-cerquinho, o Loureiro e o Pilriteiro. Podem ser ainda observadas várias espécies de aves associadas ao habitat florestal, como é o caso do Pica-pau-malhado-grande, o Chapim-real, a Trepadeira-comum e a Águia-calçada. Quanto aos mamíferos, embora de hábitos muito mais discretos e de difícil observação, ocorre a Raposa, a Geneta e o Texugo. Também podemos detectar a presença de alguns répteis e anfíbios, como a Cobra-rateira, o Sardão, a Salamandra-de-costelas-salientes e a Rela-meridional. Existe também toda uma área envolvente de cariz agrícola, que também vem contribuir para o espólio natural.

Esplanada " 2 bicas"

Aluguer de esplanada para qual quer tipo de eventos:
  • Casamentos;
  • Baptizados;
  • Festas Comemorativas;
  • Festivais;
  • Concertos;
  • Etc...
Liga dos Amigos do Santário da Nossa Senhora da Misericordia

A L.A.S.N.S.Misericórdia é uma Associação de Solidariedade Social, sem fins lucrativos, tendo sua sede na Esplanada 2 Bicas da Nossa Senhora da Misericórdia, freguesia de Moita dos Ferreiros, concelho de Lourinhã.A associação tem por objectivo a organização e promoção das Festas em honra de Nossa Senhora da Misericórdia, promover actividades recreativas e culturais, pugnar pelo desenvolvimento do santuário.Está em seu encargo o Ranho Folclórico Etnográfico ‘’Os Clibotas’’ da L.A.S.N.S.Misericórdia fundado a 7 de Setembro de 2006.
Rancho Folclórico Etnográfico “Os Clibotas” da L.A.S.N.S.Mirericordia


A ideia de formar um rancho folclórico na Misericórdia partiu de dois irmãos, Licínio e Mónica Assunção, em Setembro de 2005, no decorrer dos festejos em honra de Nossa Senhora da Misericórdia.

Sob proposta de ambos, a questão foi debatida pela Liga de Amigos do Santuário de Nossa Senhora da Misericórdia no dia 4 de Novembro do mesmo ano, tendo ficado decidida a formação do Rancho, que teria como meta divulgar os usos, costumes e trajes de outros tempos.

Após terem sido convidados alguns elementos para integrarem o Rancho, realizou-se o primeiro ensaio no dia 11 de Novembro, coordenado pelo ensaiador Licínio Assunção.

Paralelamente, procedeu-se à recolha de músicas e letras que têm como temáticas comuns as tarefas do campo e as romarias. Ficam aqui alguns exemplos: Viras, Verde-gaio, Corridinhos, Fadinhos, Enleio, Carreirinhas, Contra Danças, Passe Kat, Ceifeiras, Homenagem à Nossa Terra, Oração a Nossa Senhora da Misericórdia, Burrinhas, Vindimeiras e Fandango.

Um ano após ter sido idealizada a sua formação, o Rancho Folclórico Etnográfico Clibotas realizou a sua primeira actuação no dia 10 de Setembro, no decorrer da festa em honra de Nossa Senhora da Misericórdia. De referir que o nome desta formação - Clibotas - é uma homenagem a Nicolau Botas, a quem, em 1182, e de acordo com a Lenda, terá aparecido Nossa Senhora, no local onde hoje surge a ermida da Misericórdia.
Festa de Assunção
(Dia da Espiga)
Festa em Honra da Nossa Senhora Da Misericórdia

Recinto de festas
Feira Anual

25 de Abril de 1758, logo após do grande terramoto, é a referencia escrita mais antiga sobre a feira da ermida da Nossa Senhora da Misericórdia por uma cura de Francisco da Silva Rego....................
Cirios

Ao Santuário da Nossa Senhora da Misericórdia acorreram desde tempos remotos 8 círios que percorriam grandes distâncias em devoção a Nossa Senhora em cumprimento de promessas antigas são eles: o círio de Vila de Chã, Círio de Casais Galegos
, Círio de Aldeia Grande, Círio dos Penedos, Círio de Vila Verde, Círio da Laburgeira e por fim o Círio do Vilar que em peregrinação rumavam anualmente para aqui celebrar as festividades de Nossa Senhora, nos dias 7, 8 e 9 de Setembro de todos os anos, e em tempos houve também o Círio de Peniche que se deslocavam em romaria a esta Senhora pela Páscoa do Divino Espírito Santo.

Hoje em dia com esforço, dedicação e por devoção são 5 os Círios que realizam estas peregrinações anualmente.

Esta tradição com cerca de 755 anos teve o seu inicio com o Círio dos Casais Galegos e Vila Chã, que, por razões de escassez de água para as suas sementeiras foram pedir auxilio a esta Senhora. Pensa-se que por volta de 1600, por influencia de uma epidemia fatal tenha surgido o Círio de Vila Verde e o Círio da Labrugeira. E Desde 1713 em cumprimento de promessa antiga, organiza-se o Círio de Aldeia Grande.

Durante Séculos a peregrinação realizada por estes 5 círios, era efectuada em junta de bois e carroças, percorrendo percursos bastantes atribulados demorando 1 dia e 3 ou 4 horas de viagem, 20 anos depois estes hábitos e costumes foram alterados efectuando-se agora por tractores agrícolas e carrinhas demorando
sensivelmente 2horas de caminho.
Gastronomia
Aperitivos
Caracóis
Pipis

Doces
Arroz-doce
Bolo Podre
Pudim Caseiro
Broas de Banha

Broas dos Santos
Fritos
Coscorões
Filhós de abóbora

Pés de Abóbora
Sopas
Canja de galinha
Sopa da tia Mariana
Degolada
Carnes
Frango Assado
Galinhola
Açordas e migas

Sarrabulho
Enchidos

Chouriços de sangue
Matança do porco

Centro de Santiago na Misericórdia

Foi apresentado o primeiro Centro de Santiago da Região e do País, durante as festividades em honra de Nossa Senhora da Misericórdia, em Moita dos Ferreiros.
Trata-se de uma iniciativa da Santiago Eco, uma Cooperativa de Desen-volvimento Social que conta com o apoio de instituições como o Instituto Europeu dos Itinerários Culturais, o Instituto António Sérgio, a Xunta de Galicia, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Câmara Municipal da Lourinhã, a Junta de Freguesia da Moita dos Ferreiros, a Diocese de Lisboa e a Paróquia da Moita dos Ferreiros.
Alguns elementos da Cooperativa Santiago Eco estiveram no recinto da festa da Misericórdia a divulgar a iniciativa.A apresentação do projecto foi bem recebida entre as centenas de pessoas presentes, das quais cerca de duas dezenas mostraram o seu interesse em cooperar, tanto a nível cultural como também ao nível económico, segundo nos revelou François Quijano, um dos dinamizadores do projecto. Algumas pessoas relacionadas com a Arte e a História mostraram igualmente o seu interesse em participar.
O primeiro passo a dar será a remarcação dos antigos caminhos que ligavam Portugal a Santiago de Compostela. Essa marcação deverá estar pronta até a próxima Páscoa, contando-se com a cooperação da Região de Turismo do Oeste e dos municípios envolvidos. Para além disso, há a intenção de candidatura ao Programa Leaderoeste, em conjunto com as Câmaras, nomeadamente para as instalações.
Houve ainda o contacto com os Círios (peregrinações seculares), com vista a associá-los ao projecto
.O Centro de Santiago terá três vertentes: apoio aos peregrinos, economia e cultura. Para apoiar os peregrinos está previsto o restauro das habitações contíguas ao Santuário, com vista a acolher os peregrinos. Na vertente económica está prevista a promoção do artesanato do Concelho e da Região Oeste, assim como a criação de uma oficina de encadernação de livros e reprodução de iluminuras. Esta actividade económica visa garantir a saúde financeira da Associação, de forma a que esta não esteja dependente unicamente de subsídios.Na vertente cultural, realizar-se-ão conferências, cursos de iniciação às técnicas tradicionais, acções de formação e eventos culturais diversos (com a participação das associações locais), para além da organização de peregrinações e passeios
.